A Paróquia
A história do munícipio de Barra Velha/SC, fundado há 54 anos, anda em linha tênue à da Paróquia Divino Espírito Santo da Diocese de ville/SC, criada em 1972. A igreja está localizada na Rua Paraná, 301, no Centro da cidade que tem pouco mais de 32 mil habitantes e é vista como praticamente toda católica e ativa aos trabalhos pastorais. Essa é a sensação, pelo menos, do atual pároco, Pe. Fred Jorge de Araújo Silva. Ele está à frente da paróquia há cinco anos. Antes dele, aram pelo local outros seis padres. O primeiro foi o Pe. Frei Libório Schmitt, que assumiu no dia 19 de setembro de 1972.
Junto da Matriz, há seis outras comunidades. Entre elas, a Capela Nossa Senhora da Saúde, do Bairro Escalvado, a Capela São Cristóvão, do Bairro São Cristóvão, e a Capela de São Francisco de Assis, do Bairro Itinga II. A devoção do povo, para Pe. Fred, se dá pela tradição da cidade, na qual as pessoas levam muito a sério. Ele, que traz a cultura do nordeste do país, onde nasceu, diz “gostar de trabalhar em Barra Velha”. Na Diocese de ville, ainda, o padre ou por mais duas paróquias antes de chegar a divino, lugar que, para ele, foi onde se encontrou.
Anualmente, o pároco e toda a comunidade organizam a Festa do Divino Espírito Santo, que acontece em maio. A história conta que a comemoração é realizada há mais de 200 anos, trazida pelos açorianos que chegaram a Barra Velha. A intenção deles, segundo relatos, era extrair óleo de baleia para ser usado na iluminação do Rio de Janeiro. Durante as viagens para Santa Catarina, as tripulações invocavam a presença e proteção do Espírito Santo em caso de tempo ruim e riscos de temporais em alto mar. Depois de alguns anos, decidiram erguer uma Igreja em Barra Velha e dedicar ao Divino Espírito Santo. Além disso, fizeram a promessa, também, de comemorar a Festa de Pentecostes todos os anos.
Junto do evento é realizada uma novena, que se inicia antes da festa e termina junto com ela. Os noveneiros, como são chamados, são divididos em equipes, com a responsabilidade de preparar pratos especiais para a comunidade no decorrer dos encontros marcados para as orações. Mais de 400 pessoas saboreiam as refeições. Padre Fred explica que os grupos tentam não repetir a comida já ofertada antes, se esforçando para surpreender, oferecendo o melhor que podem.
Festa do Divino Espírito Santo
A tradicional Festa do Divino, realizada em Barra Velha, traz diversas atrações para o público. Entre elas, considerada como foco principal está a coroação de um casal imperial. Uma dupla recebe a coroa e outra já é escolhida para representar a festa no ano seguinte. O gesto simbólico é tão importante, que Pe. Fred diz ser “um momento de muita expectativa e emoção, no qual os fiéis não conseguem conter as lágrimas”.
No dia da festa são oferecidas, também, diversas opções gastronômicas, brinquedos, parque de diversões, sorteio de brindes, músicas e apresentações culturais. O terno de reis, o boi de mamão, a dança de São Gonçalo, festival sertanejo e orquestra musical são alguns exemplos do repertório. Além disso, sempre é apresentado um show nacional durante a programação.
Pastorais e Movimentos
A Paróquia Divino Espírito Santo conta com mais de dez pastorais e movimentos. Grupos Bíblicos de Reflexão, Pastoral Litúrgica, do Dízimo e dos Coroinhas são alguns exemplos. Além de projetos sociais realizados em parceria com outras entidades.
O Padroeiro
A mais tradicional celebração católica de Barra Velha é a Festa do Divino Espírito Santo, que acontece anualmente em maio ou junho. O evento é marcado pela visita da bandeira do divino às casas dos fiéis, assim como pela procissão, que sai da casa de Maria Machado Borba Coelho – a famosa dona Ita – e segue até a Igreja Matriz da cidade.
Os fogos e o tambor anunciam: o ciclo do divino se renova. Há aproximadamente dois séculos, a Festa do Divino Espírito Santo ocorre em Barra Velha , por meio de uma belíssima profusão entre a religiosidade popular e o folclore açoriano, proporcionando momentos de encontros e reencontros entre a comunidade e os visitantes.
Aproximadamente nos dois meses que antecedem a festa, os foliões, Imperadores, familiares e amigos percorrem os municípios de Barra Velha e São João do Itaperiú com as bandeiras do peditório. Entoando as tradicionais melodias, recebem doações das famílias e as convidam a participar dos festejos.
Após as novenas preparatórias, a Festa do Divino ocorre com grande êxito, repleta de simbolismo e tradição. Junto aos Imperadores, segue o cortejo rumo à Igreja onde são realizadas as celebrações, com destaque para a coroação dos Imperadores, que ocorre no domingo, e para o sorteio e anúncio dos novos Imperadores na celebração de segunda-feira, onde o Império do Divino é transferido aos responsáveis pela festa do ano seguinte.
A Irmandade do Divino Espírito Santo de Barra Velha, instituição criada com o objetivo de incentivar, não somente a Festa do Divino, mas as demais tradições açorianas presentes do município, busca promover a principal festividade folclórico-religiosa da região. Com isso, os mais velhos participam das festas atuais e relembram as antigas festividades e as novas gerações conhecem essa manifestação religiosa que ocorre em Barra Velha todos os anos e que deve ser considerada e mantida como Patrimônio Material e Imaterial de todos nós.